SEJA CARA DE PAU: CONSELHO DE UM PSI #1

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Acompanhe esta história:

Você começou a fazer terapia. Sério, você mandou bem nessa decisão.

Em uma sessão, seu psicólogo diz:
“Talvez você precise acessar coisas que façam seu coração bater mais forte, que façam seus olhos brilharem—algo que torne sua vida ainda mais valiosa.”

E você pensa naquela coisa: o projeto que guarda há tempos, mas que foi ficando de lado enquanto a vida trazia novas demandas.

Percebe então que, só de pensar nele, seu coração dispara, seus olhos ganham um brilho diferente e suas mãos… suas mãos começam a suar. Você treme levemente e sente a ansiedade chegando.

Surge a dúvida:
“Como algo tão valioso para mim pode me deixar ansioso desse jeito?”

Você conclui, em silêncio, que esse projeto deve ser ruim para você—afinal, se provoca ansiedade, não pode ser bom, certo?

Errado.

Pela minha experiência como ser humano e psicólogo clínico, costumo observar que justamente aquilo que é mais difícil de fazer costuma ser o que mais importa (ninguém sofre por coisas banais). São essas empreitadas que dão valor à experiência de estar vivo.

O conselho de hoje é: seja cara de pau.

  • Quer ser um bom profissional? Meta a cara nos estudos, exponha-se, fale sobre o que conhece e aprenda sobre o que não conhece.

  • Quer ser mais feliz? Crie contingências que favoreçam o sentimento de felicidade.

Dê “bom dia” ao vizinho chato. Diga à namorada o quanto você está aborrecido. Faça uma festança no seu aniversário. Ofereça‑se para falar primeiro. Faça o que seu coração precisa apesar da ansiedade.

Costumo dizer que sou um “tímido cara de pau”—e isso mudou a minha vida. Ser cara de pau é promover mudanças no ambiente que aumentam seu acesso a reforçadores sociais.

Essa é uma conversa que tenho com meus pacientes em tratamento para depressão.
E é a conversa que quis ter com você hoje.

Aproveite!

Me siga no Instagram: @leonanpsi_

Para saber mais

Guilhardi, J. H. (1998). A resistência do cliente à mudança. Instituto de Terapia Por Contingências de Reforçamento.

Polk, K. L., Schoendorff, B., Webster, M., & Olaz, F. O. (2016). The essential guide to the ACT Matrix: a step-by-step approach to using the ACT Matrix model in Clinical Practice. Oakland, CA, USA: New Harbinger Publications.

Skinner, B. F. (1953). Ciência e Comportamento Humano. São Paulo: Martins Fontes.

Como citar este artigo (APA):

Santos-Pereira, L. (2025, 25 de julho). Seja cara de pau: Conselhos de um Psi #1. Blog do IBAC. https://ibac.com.br/seja-cara-de-pau-conselho-de-um-psi-1/

Escrito por:

Leonan Pereira

Psicólogo Clínico (PUCCAMP), especialista em Análise Comportamental Clínica (IBAC). Possui formação em Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), Psicoterapia Analítica Funcional (FAP) e Psicologia dos Extremos. É Coordenador Pedagógico do Canal dos Berrekas e fundador do canal Na ACTividade. Membro do Grupo de Pesquisa Clínica em Análise do Comportamento do IBAC com projeto em andamento sobre Terapia de Ativação Comportamental (BAT).

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