Ativação Comportamental para Depressão

Após o início da pandemia de COVID-19, houve aumento em transtornos psicológicos como ansiedade e depressão. Segundo o modelo comportamental da depressão, esse aumento pode ser efeito da exposição das pessoas a contextos estressantes incontroláveis e perdas no acesso a reforçadores, consequências do isolamento social, luto, desemprego e limitação do lazer. A Ativação Comportamental é um modelo de tratamento para depressão com evidência de eficácia que propõe o engajamento em atividades significativas e prazerosas para combater os sintomas de depressão. Diversos protocolos baseados nesse princípio já foram desenvolvidos e estudados e se enquadram sob o termo guarda-chuva ativação comportamental. Um desses protocolos, a Ativação Comportamental Breve para Depressão (BATD; Lejuez, Lejuez e Hopko, 2001) reúne as principais intervenções da ativação comportamental em um modelo breve e flexível, sendo assim eficiente em termos de manejo de tempo e recursos financeiros. O objetivo geral da pesquisa é avaliar a eficácia de mensagens-lembrete no aumento da adesão a tarefas de casa de um protocolo de BATD aplicado remotamente. Para tal, iremos adaptar o protocolo para teleatendimento, considerando características específicas da população brasileira; verificar a adesão ao tratamento; avaliar se o tratamento foi eficaz na redução de sintomas depressivos e qualidade de vida dos pacientes que permaneceram em atendimento; e identificar se o envio das mensagens-lembrete entre sessões aumentou o engajamento nas tarefas de casa.

Validação das escalas de Ativação Comportamental BADS e BADS-SF

A Ativação Comportamental (BA) é um modelo de tratamento para depressão com evidência de eficácia que propõe o engajamento em atividades significativas e prazerosas para combater os sintomas de depressão. Apesar de diferenças entre Tratamentos de BA, todos focam em mudanças no sentido de aumentar comportamentos ativos (e reduzir evitação) cujo contato com reforçadores positivos promovem uma melhoria no humor e redução de sintomas depressivos através do tempo. Kanter e colaboradores (2007) desenvolveram a Behavioral Activation for Depression Scale (BADS) para monitorar o progresso semanal da psicoterapia. Essa escala de autorrelato tem 25 itens e avalia a ocorrência de comportamentos de um indivíduo de 0 (nem um pouco) a 6 (completamente). A BADS tem quatro sub-escalas: Ativação, Evitação/Ruminação, Dificuldades no Trabalho/Escola, Dificuldades Sociais. A versão curta, BADS-SF foi publicada em 2011 e tem apenas duas sub-escalas – Ativação e Esquiva – avaliadas por um total de 9 ítens. Foi desenvolvida como uma alternativa mais viável para aplicação semanal, especialmente quando outras medidas são necessárias. Assim, apesar de ser possível encontrar traduções para o português dessas escalas na literatura, o objetivo do estudo é sugerir adaptações e validar essas escalas para a população brasileira em um contexto de aplicação online.